sábado, 20 de setembro de 2008

Ensaio sobre a Tasca

Caros amigos machos, muitas vezes falamos dos nossos convívios e das nossas tascas mas nunca explicámos como gostamos dela. Reparando nessa falha, eu, Asdrubal, encarrego-me de o fazer:

O que é um tasca GCAT? É uma tasca em que se come bem, que tenha um aspecto macho e que o tasqueiro (vulgo chefe) seja um labrego dos sete costados. Comecemos então pelo início:

1) Petiscos- Numa tasca que mereça o nosso aval os petiscos têm de ser divinais! Tem de haver a habitual bifana (melhor será se houver uma janela para o exterior em que se veja a confecção destas, como o nosso estimado Petiscos e mais recentemente, Beira Gare) mas é indispensável a existência de um pires com tremoços. Estes têm de ser acompanhados com um imperial embora prefira com uma mini;Caracóis e pica-pau são essenciais bem como uma vasta gama de sandes de tudo e mais uma coisa: do simples queijo, fiambre e chouriço a coisas mais elaboradas como a sandes de ovo com salsichas, de filete (ganda Tuli) e de todo o tipo de enchidos. É fundamental que estas mesmas sandes estejam expostas numa vitrina para lá de duas semanas, a fim de se tornarem mais suculentas! A tasca tem de tar preparada para pedidos mais elaborados, tais como um cozido à portuguesa ou uma bela duma feijoada. Sopa servida num tigela de alumínio é imperativo! Passemos à fase seguinte:

2) Aspecto- Depois da fase dos petiscos, passamos a uma fase não menos importante: o aspecto. Qual é o aspecto que o GCAT aprecia? Basicamente todo aquele que tenha condições para ser fechado pela ASAE. O GCAT aprecia uma tasca bem pequena (constituída por um balcão e pouco mais) em que tenha uma wc bem encardido e um aspecto rústico. Atrás do balcão deve existir uma vasta gama de licores, vinhos e uísques expostos em prateleiras de vidro com uma grande camada de pó. A cozinha deve apenas ter espaço para uma pessoa (duas já são demais), normalmente para mulher do chefe. O estabelecimento deve possuir também uma quadro com o símbolo do Glorioso ou, em alternativa, a disposição do plantel do Benfica de 1960/1961, ano em que o SLB se tornou campeão europeu. Em relação aos instrumentos para o petisco, estes devem ser do mais boçal que há: os pratos devem ser brancos, com uma risca azulna borda e visivelmente gastos. Os talheres devem ser de alumínio e diferentes uns dos outros. Já os copos têm de ter 3 tipos de diversidade. Passo a citar: 1. copo de vidro com pé, visivelmente gasto e usado. 2. copo também de vidro mas sem pé e com as características do anterior. 3. este tem de ser de plástico.

3) Pessoal- No que concerne ao pessoal da casa, o GCAT é também muito exigente: por norma, o estabelecimento macho tem de ser gerido por uma família (normalmente Silva): o chefe é o pai da família e basicamente é ele que manda ali. É também o rei e senhor das bocas e piadas machas que são grunhidas naquele espaço. A sua aparência física têm uma grande importância: gordo, camisa aberta com o pêlo a sair, fio de oiro, um bigode farfalhudo. A indumentária terá, forçosamente, de ser uma camisa aos quadrados (de flanela de preferência) cheia de nódoas e umas calças de ganga também elas cheias de vestígios de gordura (lembrar que é onde ele limpa aos mãos). A mulher vive no cubiculo que é a cozinha e geralmente tem um bigode tão ou mais farfalhudo que o marido. Muito simpática, a mulher acata todas as ordens de seu esposo. A filha serve às mesas (se o estabelecimento as tiver) e é alvo de todas as bocas machas proferidas pelos clientes. Os cliente são outra parte fundamental da casa: tem de ser uma clientela conhecida, que esteja sempre ali a jogar cartas, a ver o futibol e a beber. Normalmente há um que têm problemas psicológicos, há o pintas, o teórico que tem a mania de que sabe tudo e os veteranos ali da rua.

Para saberem mais visitem:

http://www.tascasdecoimbra.blogspot.com/

Isto é uma tasca GCAT

1 comentário:

Tulicreme disse...

O perfil que o GCAT procura para uma casa de "pasto" está todo resumido aqui..sem tirar nem pôr.